A descoberta publicada na revista Science uniu cientistas dos Estados Unidos, França e Brasil. Os químicos da USP Camila Mano e Etelvino Bechara ajudaram a revelar o que está sendo chamado de o lado escuro do sol, e que está por trás do tipo mais agressivo do câncer de pele, o melanoma.
O exagero na exposição ao sol já era conhecido como principal fator de risco para o câncer de pele. O que os cientistas descobriram é que talvez a gente precise de um pouco mais de proteção. É que o processo que pode levar ao câncer continua duas até três horas depois do banho de sol.
Até hoje era sabido que irradiação aumenta a produção de melanina, a célula que dá cor à pele, mas também causa lesões e mutações que aumentam o risco de câncer. A descoberta agora mostra que horas depois da exposição o processo continua independente da luz do sol, é um bombardeio de radicais livres e outras substâncias que podem ter o mesmo efeito destruidor.
“Era um fenômeno silencioso até o nosso trabalho ser publicado. Não se sabia que mesmo após você sair da piscina ou da praia e ir pra casa, mesmo saindo do sol, horas depois a lesão em DNA continua a acontecer”, diz Etelvino J. H. Bechara, da Universidade de São Paulo.
Os cientistas estão testando substâncias capazes de interromper esse processo. Elas poderão ser usadas em novos protetores solares, mas enquanto eles não chegam: “Evitar o sol das dez da manhã às quatro da tarde, usar protetor solar. Redobrar os cuidados quanto à exposição solar e à sua proteção”, recomenda Marco Antônio De Oliveira, dermatologista – AC Camargo.
Fonte: globo.com